terça-feira, 24 de julho de 2007

Tudo o que nós fazemos pode ser melhorado. Sempre.

Tudo o que nós fazemos pode ser melhorado. Sempre.

Se os únicos aviões que pudessem voar fossem aqueles capazes de fazer um vôo perfeito, nenhum veículo aéreo jamais sairia do solo. Todo avião sai da rota e tem que ser corrigido, o tempo todo. O vôo perfeito não existe nem nos melhores simuladores.

Se os únicos bebês que pudessem nascer fossem aqueles geneticamente perfeitos, morreríamos todos em poucos segundos. A civilização humana seria varrida da Terra; somos altamente adaptáveis, mas não perfeitos.

Se apenas os computadores perfeitos pudessem ser vendidos, ainda estaríamos usando ábacos ou pedrinhas na areia, para fazer contas. E você não estaria lendo esse meu texto, em seu computador imperfeito.

A perfeição, portanto, é um conceito abstrato totalmente inatingível por qualquer criatura viva. Qualquer pessoa que tenha absoluta certeza de ter feito algo perfeito, provavelmente tem uma capacidade de avaliação crítica muito imperfeita, pois acredita que o que realizou não pode ser melhorado por outros. Tudo o que nós fazemos pode ser melhorado. Sempre.

Pessoas que querem fazer só aquilo que for perfeito, não fazem coisa alguma.

Claro que devemos tentar atingir a perfeição, desde que tenhamos na mente que ela é inatingível. É como a frase que diz: “aponte para as estrelas... e você poderá atingir a lua”.

Temos que mirar alto, mas aceitar que a mira é menos importante do que o alvo real.

E o alvo real tem que ser terminar o que você começou. O alvo real é produzir o que você se propôs a produzir. O alvo real é realizar a idéia, o conceito, o projeto.

Milhões de pessoas perdem tempo inestimável de vida, “dourando o ouro e polindo a prata”, isto é, pensando tanto em como seu projeto, proposta, idéia, invenção, casamento, filhos, pais, países, escolas, amigos, livros, casas... tem que ser perfeitos que, no final, o projeto não sai perfeito, nem imperfeito. Simplesmente, não sai.

É melhor o imperfeito feito que o perfeito não feito. Sempre. Porque quando você faz algo imperfeito, você já sabe qual ponto deve ser corrigido e melhorado, da próxima vez. Assim, você vai indo em direção à perfeição usando a técnica das aproximações sucessivas. O velho sistema de erro-e-acerto.

Mas, você só pode melhorar aquilo que já existe! Por isso, primeiro faça a coisa existir, depois você fica livre para pegar aquilo que já existe, e melhorar.

Não caia no conto da perfeição. Apenas faça agora aquilo que tem que ser feito. Mesmo que o resultado seja imperfeito. Porque, como eu sempre digo, é melhor o imperfeito feito que o perfeito não feito.




© Aldo Novak

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